Principais dúvidas acerca de pneus e aros automobilísticos

Quais são os principais fatores que prejudicam o funcionamento dos pneus?

Deformações: Os pneus são projetados para se deformar. Entretanto, boa parte dessa deformação é proveniente do atrito gerado com a pista, uma outra parte são os impactos que os pneus venham a sofrer. Os problemas começam quando estes impactos são muito fortes, pois podem provocar danos a estrutura interna do pneu, bolhas e, em casos extremos, a destruição do pneu. Devido as condições da maioria das vias públicas no Brasil, os pneus estão expostos a este tipo de exigência. A priori não há uma solução imediata a não ser a perícia do motorista em evitar buracos e outros obstáculos nas ruas, avenidas e estradas brasileiras e, claro, escolher pneus de qualidade garantida.

Água: Em geral todo pneu é desenvolvido para lidar com o uso em condições de chuva. Nessas situações uma pequena camada de água se forma, o que tende a formar uma interface entre o pneu e a pista. Quando essa interface não é formada, o sulcos da banda de rodagem do pneu exercem com competência a função de drenar a água entre o pneu e a pista. Por esse motivo um pequeno spray de água é visto atrás dos pneus. O problema surge quando os pneus não conseguem mais lidar com a película de água, e esta acabar formando um filme sobre a pista, separando o contato do pneu com esta. Essa condição é chamada de aquaplanagem, e é extremamente perigosa pois se manifesta silenciosamente. Sem o motorista perceber, o volante perde momentaneamente o controle, pois o veículo está, literalmente, deslizando. Quando o condutor percebe, geralmente, já é tarde demais. Apesar disso, a aquaplanagem emite sinais, e o principal, é o volante extremamente leve, como se estive girando a direção com o veículo erguido. Isso ocorre pois atrito com a pista se reduziu ao mínimo. Sem atrito, pneus não funcionam. Por isso, para evitar aquaplanagem deve-se dirigir mais devagar, pneus calibrados com a pressão e os pneus utilizados devem ser os estipulados pelo mesmo. É importante salientar isso pois, alta velocidade e pneus largos, são convites para aquaplanagem.

Falta de manutenção: Esse é, de longe, o maior vilão dos pneus, quando o próprio dono do veículo o sabota. Seja por desconhecimento ou negligência, mesmo. O fato é que a manutenção dos pneus é extremamente simples. Basta verificar a pressão dos pneus uma vez no mês, realizar o alinhamento das rodas de acordo com o nível de uso do seu veículo, por exemplo: se seu veículo tem um quilometragem média de 5.000 km/mês, é interessante separar um dia do mês para verificar o alinhamento da rodas. Sempre que trocar o óleo, efetuar o rodízio dos pneus de acordo com o manual do veículo. Isso não apenas auxilia na durabilidade dos pneus, como os mantém com o nível de desgaste o mais uniforme possível, expondo ainda menos o veículo a condições de diferença de aderência excessiva entre os as rodas dos eixos dianteiro e traseiro.

Por que o pneu forma bolhas e existe reparação?

Em geral, pneus formas bolhas quando sofrem um impacto muito forte, mas não o suficiente para romper a banda de rodagem. Entretanto, estes impactos podem danificar severamente a estrutura interna do pneus, rompendo-a. Dessa forma parte do ar consegue “escapar” para o pequeno espaço que se formou devido ao rompimento. Apesar disso, a estrutura do pneu consegue manter a integridade, mas a bolha é formada. Pneus com bolhas tem a estrutura comprometida e não conseguem mais lidar com as cargas nominais as quais foram desenvolvidos. Devido ao grande esforço da engenharia, conseguem operar normalmente, mas devem ser trocados pois a bolha é um ponto frágil que pode resultar em um rasgo instantâneo e consequentemente a destruição do pneu, o que pode ocorrer com o veículo em movimento.

Colocar câmaras de ar nos pneus é uma prática ultrapassada?

Sim. Não apenas desnecessário, pois o pneus atuais são do tipo sem câmara (tubeless). Dessa forma, toda a estrutura do pneu foi projetada para lidar com pressão interna e qualquer impacto externo. Além disso, mesmo furado, o pneu sem câmara consegue manter por muito mais tempo sua integridade, do que um pneu com câmara de ar. Isso ocorre, pois a estrutura de pneus sem câmara não foi desenvolvida para lidar com situações nas quais estes operem flácidos ou com pouco ar. Assim, o pneu com câmara de ar (tubed) perde pressão muito mais rapidamente. No mercado automobilístico, os pneus com câmara de ar já fora descontinuados há décadas.

Por que os pneus novos possuem pequenos “pelos” de borracha na banda de rodagem ?

Também popularmente conhecidos como “cabelinhos”, são oriundos de pequenas frestas nos moldes de fabricação do pneu. Estes servem para aliviar a pressão no momento da moldagem evitando problemas de qualidade.

É possível balancear uma roda empenada ou amassada ?

O balanceamento é um processo que exige rodas dentro das suas medidas originais. Quando um roda está empenada, essas medidas não são mais as mesmas, e a máquina de balanceamento vai detectar pontos incorretos para aplicação das massas de balanceamento (“chumbinhos”). A roda nunca vai ficar balanceada. No caso do amassado, este pode estar, ainda em um nível que não afeta a tolerância dimensional da roda, e sim pode ser balanceado. Entretanto, é questão de boa prática, primeiro efetuar o reparo da roda, retirando amassados se houver e colocando esta de volta as suas medidas originais, se empenada, para então efetuar o balanceamento das rodas e posterior alinhamento.

É permitido utilizar qualquer roda no automóvel ?

A prática de alterar as rodas do automóvel é muito comum, pois estas mudam drasticamente a aparência do veículo. Entretanto, o proprietário deve estar ciente que de que todo veículo possui um limite máximo no diâmetro da roda. Antes de prosseguir com a explicação, é importante ressaltar que o termo roda, se refere ao conjunto pneu e aro. Então, o diâmetro máximo da roda leva em consideração o diâmetro da roda e do pneu, e não pode ser ultrapassado. O projeto de suspensão é feito levando em conta um diâmetro específico, então é permitido trocar de roda desde que estas não alterem o diâmetro total da roda. No manual do veículo sempre vem a informação das medidas de pneus e rodas que o veículo permite. Em geral, se o aro tem menor diâmetro, este é compensado com um pneu de perfil maior. De forma análoga, se a roda tem maior diâmetro, o pneu passa a ter um perfil menor. A priori, um pneu de perfil menor (baixo) aumenta levemente as repostas do volante, porém transmite um pouco mais as vibrações devido a irregularidades da pista. No caso de um pneu de perfil alto, o controle do veículo fica um pouco mais lento, mas é capaz de absorver melhor as vibrações da roda. Por estes motivos acima, a troca de aros não deve ser feita desconsiderando o tamanho da roda. Caso contrário, problemas como velocidade incorreta do velocímetro, interferências dos pneus com os paras-lamas e até mesmo dificuldades de alinhamento das rodas, podem ocorrer.

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  • Capa: https://www.sudbaychevrolet.com/Tire-Service-Center