Geometria de Suspensão: Por dentro do Caster

O ângulo de caster é o ângulo entre a linha de eixo do pino mestre(que fixa a roda) e a linha central da roda. Atualmente o ângulo é determinado pela inclinação do suporte da manga de eixo, logo o pino mestre acompanha essa inclinação. Um dos melhores exemplos para se compreender o caster é o carrinho de compra(supermercado.). Neste o pino mestre fica na frente da roda, logo a sua linha de centro também fica a frente do ponto de contato da roda. Essa característica se apresenta no fato de puxar a roda atrás do eixo quando algum movimento é imprimido ao carro, e por causa disso o carrinho anda em facilmente em linha reta.

Caster

O principio é o mesmo, mas no carro a posição do pino mestre varia de veículo para veículo, e o caster medido em graus pode ser positivo, nulo ou negativo. O caster é um dos fatores determinantes para a estabilidade direcional do veículo sem que se tenha a necessidade de corrigir sua trajetória, e o valor do ângulo resulta em diferentes respostas do veículo.

  • Caster Positivo: O prolongamento da linha de eixo do pino mestre está a frente da roda;
  • Caster Nulo: Quando a projeção da linha de eixo do pino mestre está sobre o ponto de contato do pneu com o solo, não existe ângulo em relação a linha central da roda;
  • Caster Negativo: A projeção da linha(imaginaria.) de eixo do pino mestre posiciona-se atrás da roda.

A variação do ângulo de caster também resulta em diferentes valores para o curso de caster. O curso de caster é a distancia entre a projeção da linha de eixo do pino mestre e a linha central da roda. É essa distancia que influencia na estabilidade direcional e na rapidez do retorno do volante. No entanto os diferentes ângulos de caster afetam no curso, e logo no comportamento do carro.
O ângulo de caster positivo assegura a estabilidade direcional em alta velocidade e o retorno do volante após uma curva, contudo quando esse ângulo é excessivamente positivo a rapidez com que a direção volta para a posição reta torna-se um incomodo, e o esforço da direção aumenta consideravelmente em baixas velocidades. O contrário ocorre com o ângulo negativo, o esforço da direção é bem menor, mas a estabilidade direcional do veículo torna-se um pouco menor. Em excesso o carro pode ficar vagando pela pista, tendo o motorista que corrigir sua trajetória.
Quando fora do especificado, o caster não se traduz em desgaste de pneu, mas em esforço no sistema de direção, é comum o volante parecer mais pesado e o retorno inconvenientemente rápido para posição reta. O alinhamento do carro sempre é prejudicado por buracos na pista e qualquer outra pancada que a roda venha a sofrer, por isso preventivamente faça o alinhamento das rodas a cada 10 mil quilômetros.

Referências

  • STONE, Richard and K. BALLl, Jeffrey, “Automotive Engineering Fundamentals”, Society of Automotive Engineers, 2004;
  • GILLESPIE, Thomas D, Fundamentals of Vehicle Dynamics, Warrendale, Society of Automotive Engineers, 1992. 470p;
  • A. CROLA, David, Automotive Engineering Powertrain, Chassis System and Vehicle Body, Oxford, Elsevier, 2009. 835p;
  • GENTA, Giancarlo, MORELLO, Lorenzo, The Automotive Chassis Volume 1 Components Design, Torino, Editora Springer, 2009. 633p;
  • HEISSING, Bernd, ERSOY, Metin. Chassis Handbook – Fundamentals, Driving Dynamics, Components, Mechatronics, Perspectives, Germany, Vieweg+Teubner, 2011. 591p;
  • SENAI, Série Metódica Ocupacional;
  • Guiggiani, Massimo. The Science of Vehicle Dynamics. Handling, Braking, and Ride of Road and Race Cars. New York, Springer, 2014;
  • Livro do Automóvel, Seleções do Readers Digest, 1978.