Geometria de Suspensão: Por dentro do alinhamento de Suspensão
De nada adianta que o carro tenha um motor muito potente se ele não tem estrutura para receber essa força, se os freios não estão dimensionados para aquela potência e se a suspensão não está acertada para trabalhar de acordo com a solicitação a que o veículo será submetido, esse carro será instável. Estabilidade depende mais do que ajustes de carga dos amortecedores, molas e barras estabilizadoras, claro que um conceito de suspensão mais moderno terá um desempenho superior a conceitos antigos. Mas a geometria de suspensão se bem calculada favorece e muito o bom comportamento dinâmico. A suspensão de um veículo é fixada por meio de parafusos ajustáveis, acontece que devido as irregularidades, condições das estradas ou até mesmo alguma pancada sofrida pela suspensão, esses parafusos acabam se deslocando de sua posição ideal. O que é inevitável, pois as ruas e estradas do país exigem muito da suspensão dos veículos, e com isso todo o alinhamento aos poucos fica comprometido a medida que o carro trafega, logo ele deve ser verificado periodicamente. Em média o período de alinhamento é de 10.000 quilômetros rodados, mas pode variar, depende da montadora e do tipo de carro. A geometria de suspensão tem como função
- Prover suavidade ao rodar;
- Garantir a estabilidade do veículo, seja em curvas ou em retas;
- Manter maior área de contato dos pneus com o solo;
- Distribuição equalizada das cargas aplicadas;
- Garantir a menor resistência a rolagem possível, e assim reduzir o consumo de combustível.
Para o correto alinhamento das rodas os elementos ajustados são:
- Cambagem;
- Caster;
- Convergência e Divergência;
- KPI/SAI – King Pin Inclination – Inclinação do Pino Mestre.
Os valores citados são os mais comuns, existem valores mais avançados que serão explicado no decorrer dos outros posts. Caso os valores não estejam dentro do especificado o alinhamento fica comprometido, e alguns sintomas começam a surgir:
- Vibração da direção;
- Desgaste precoce do pneu;
- Pneu cantando excessivamente nas curvas;
- O veículo tende a ir para um determinado lado quando o volante é solto;
- Ao ser brecado o veículo tenda a puxar para um dos lados;
- Aumento do consumo de combustível devido a maior resistência a rolagem.
Referências
- STONE, Richard and K. BALLl, Jeffrey, “Automotive Engineering Fundamentals”, Society of Automotive Engineers, 2004;
- GILLESPIE, Thomas D, Fundamentals of Vehicle Dynamics, Warrendale, Society of Automotive Engineers, 1992. 470p;
- A. CROLA, David, Automotive Engineering Powertrain, Chassis System and Vehicle Body, Oxford, Elsevier, 2009. 835p;
- GENTA, Giancarlo, MORELLO, Lorenzo, The Automotive Chassis Volume 1 Components Design, Torino, Editora Springer, 2009. 633p;
- HEISSING, Bernd, ERSOY, Metin. Chassis Handbook – Fundamentals, Driving Dynamics, Components, Mechatronics, Perspectives, Germany, Vieweg+Teubner, 2011. 591p;
- SENAI, Série Metódica Ocupacional;
- Guiggiani, Massimo. The Science of Vehicle Dynamics. Handling, Braking, and Ride of Road and Race Cars. New York, Springer, 2014;
- Livro do Automóvel, Seleções do Readers Digest, 1978.